Estamos quase na Semana Santa o que, por ser uma das épocas em que mais viagens se realizam por todo o país, pode apresentar vários desafios à rede rodoviária e aos sistemas de transporte.
A variabilidade nos padrões de movimento durante estas datas acrescenta uma camada adicional de complexidade, o que torna difícil prever com precisão os fluxos de circulação, podendo isto resultar em imprevistos e desafios logísticos para as forças de segurança. A infraestrutura limitada em alguns destinos turísticos também representa um desafio significativo. As estradas podem não estar preparadas para lidar com grandes volumes de tráfego, o que pode levar à perturbação da mobilidade dos veículos e à gestão ineficiente dos recursos de mobilidade.
Além disso, a incerteza meteorológica pode complicar ainda mais a situação.
É verdade que a Semana Santa varia a sua data no calendário de ano para ano, mas caracteriza-se por ser o período do ano mais difícil de prever. E este fator tem influência direta nas viagens típicas destas datas, provocando grandes atrasos quando as condições meteorológicas são adversas à condução, aumentando o risco de acidentes e modificando as decisões dos cidadãos que podem alterar à última hora a data e a hora de viajar. Um risco que aumenta porque neste período fazem-se deslocações a segundas residências, muitas delas localizadas em zonas somente acessíveis por estradas secundárias. No ano passado, registaram-se nas estradas portuguesas 15 vítimas mortais, 45 feridos graves e 555 feridos leves.
Tendo em conta o número de viagens rodoviárias que se realizam durante a Semana Santa, é necessário que sejam tomadas medidas para evitar qualquer evento ou situação crítica que dificulte o acesso dos turistas aos seus destinos. Neste contexto, a análise de dados e a inteligência artificial (IA) são tecnologias fundamentais para ajudar a antecipar e minimizar complicações, acidentes e garantir que os cidadãos desfrutem de viagens seguras e tranquilas.
O papel do SAS perante este desafio
A analítica avançada e a inteligência artificial provaram ser ferramentas altamente valiosas para apoiar a tomada de decisões proativas e inteligentes que permitem uma gestão otimizada dos recursos públicos. No caso da circulação, graças a essas ferramentas, é possível planear de forma otimizada os meios necessários que minimizem os incidentes durante as viagens rodoviárias massivas, como as que costumam ocorrer durante as férias da Páscoa, garantindo assim a segurança e tranquilidade do cidadão. Um período de férias tão pequeno quanto popular, que no ano passado registou um total de 1.816 acidentes e mais 10 mortos face a 2022.
A analítica avançada permite analisar os movimentos populacionais, prever o volume de viagens e o efeito de fatores externos como o clima, assim como prever possíveis incidentes e acidentes durante as viagens. Graças ao boom da inteligência artificial generativa, tecnologias como o SAS permitem a realização de simulações com base em dados sintéticos. O conhecimento deste tipo de informação por parte das autoridades responsáveis pela gestão do tráfego permite-lhes realizar análises de todos os cenários possíveis, desenhando planos de contingência para cada um deles.
Outra vantagem é que a analítica fornece serviços de otimização de tráfego com dois algoritmos de machine learning, que permitem analisar padrões em tempo real, ajustando previsões a eventos inesperados ou mudanças bruscas no fluxo de veículos. Estas técnicas estão na origem de aplicações móveis muito populares que facilitam a comunicação imediata entre os condutores, facilitando o estado do trânsito em tempo real, recomendações de percursos alternativos e conselhos para uma condução mais calma, contribuindo assim para a segurança rodoviária.
Desta forma, acredito que uma gestão eficiente do trânsito durante a Páscoa permite não só uma otimização de recursos, mas, acima de tudo, uma ótima experiência e conforto para todos durante as suas viagens.