Um problema desafiante chamado fraude

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Tem alguma noção de onde estão os seus dados? Provavelmente não, mas os fraudadores certamente que sim! 

A fraude pode não ser algo que pensemos todos os dias, mas a verdade é que pode afetar todas as áreas da nossa vida, daí a sua relevância. Anualmente, durante a Semana Internacional de Consciencialização sobre a Fraude (em novembro), pessoas de todo o mundo unem-se para minimizar os impactos financeiros e sociais adversos da fraude através de ações de sensibilização e educação antifraude. Debates e iniciativas que não deveriam ser feitos somente a propósito desta semana, mas sempre. 

No nível mais básico, a fraude é definida como a manipulação intencional da verdade para ganho financeiro ou pessoal. E temo-nos vindo a aperceber que as tendências de fraude digital que floresceram durante a pandemia da COVID-19 e que proliferam hoje, aumentaram a ansiedade das pessoas em relação a este tema. 

Ainda nesta linha de raciocínio, a fraude também está a transformar as expectativas dos indivíduos sobre as obrigações das organizações para os proteger, assim como os compromissos que estão dispostos a fazer para melhorar a segurança. E isto leva-nos a questionar se as organizações estão efetivamente a fazer o suficiente para proteger os seus clientes contra fraudes? 

O estudo Faces of Fraud revela que 62% dos consumidores portugueses sofreram alguma tentativa de fraude no último ano. Entre os 13.500 entrevistados, 88% temem ser vítimas de fraude e 66% acredita que as organizações deveriam fazer mais para os proteger. A pesquisa também revelou que a maioria dos clientes está disposta a sacrificar-se por uma melhor segurança e pronta para adotar tecnologias avançadas como a biometria e a inteligência artificial.  

Se olharmos para as organizações vemos que estas têm estado focadas em criar uma experiência diferenciada para o cliente, fornecendo serviços integrados nos seus estilos de vida. Mas infelizmente muitas vezes isto ocorre às custas da gestão de riscos e da prevenção de fraudes, pondo precisamente em risco a confidencialidade e segurança dos dados e informações pessoais dos clientes. 

É crucial que a inovação em torno de ferramentas alimentadas por IA seja feita de forma responsável, com plena consciência dos respetivos impactos e consequências. 

A IA generativa, por exemplo, é outra tecnologia que está a chamar a atenção nos círculos do combate à fraude. No entanto, embora com enorme potencial para melhorar a experiência do cliente e reforçar a segurança, ela também apresenta grandes riscos.  

Diria que temos de estar, mais do que nunca, muito atentos e ter consciência que mesmo as inovações como a IA generativa podem ser usadas contra nós por fraudadores que pretendem superar os métodos tradicionais de deteção de fraude. Sendo esta uma das razões pelas quais as organizações devem elevar as suas capacidades antifraude de forma a corresponder às expectativas emergentes dos clientes. 

A implementação de medidas de segurança de informação é absolutamente primordial, assim como a tomada de consciência de que as boas práticas também são uma forma de prevenção.  

 

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About Author

Carla Miranda

Principal Business Solutions Manager

Carla Miranda is Principal Business Solution Manager at SAS in the Fraud & Compliance area. She has more than 20 years of experience in Consulting and Information Technology areas, namely in software solutions. Her main focus has been in the last years in Fraud & Compliance, being certified by ACFE and ACAMS. The experience of working in the area of Consultancy and Information Technology was acquired, since 2003, in SAS. Before joining SAS she worked for Mercer Human Resource Consulting, PricewaterhouseCoopers and APFIN - Portuguese Association of Investment Fund Management Companies. Carla Miranda has a Masters in Knowledge Management and Business Intelligence and a post-graduate degree in Business Intelligence for Health from NOVA IMS (Information Management School) and a post-graduate degree in Management Control and Markets and Financial Assets from ISCTE. She has a degree in Economics from Lusíada University.

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