IoT: os dados são o combustível, as analíticas o motor

0

O mundo interconectado. Um mundo inteligente. Onde as empresas/marcas têm acesso a dados que permitem oferecer, aos clientes, soluções/produtos personalizados. Bem-vindos ao mundo (utópico?) da Internet das Coisas. Mas será que esta visão é viável? Como é que as empresas conseguirão atingir este cenário?

Falámos com um dos especialistas na matéria, Chad Richards, SAS Global IoT Director, que apontou a necessidade de selecção, tratamento e processamento dos dados recolhidos.

Business Analytics Portugal: As analíticas são um requisite da Internet das Coisas (IoT)?
Chad Richards:
Na IoT tudo assenta em transformar um mundo de dados num mundo de inteligência. Podemos olhar em toda a economia analítica de IoT, onde os dados são o combustível e as analíticas são o motor. Por isso acredito que as analíticas são um dos componentes principais da IoT, como forma de os clientes conseguirem apurar valor acrescentado dos dados. Com tudo a estar conectados e os volumes massivos de dados que obtemos, a velocidade a que os dados “entram” nas empresas, é humanamente impossível processar esses dados sem recorrer a ferramentas analíticas.

BAP: A automatização também estará presente na filtragem dos dados, dado que nem todos são necessários?CR: Sim. Esse é o primeiro passo. Se não houver uma selecção dos dados a processar e armazenar não conseguiremos dar valor a esses dados.

BAP: Fala-se na mudança das analíticas no data center para as analíticas no edge. Mas nalguns casos poderão coexistir...?
CR:
Sim, absolutamente. Em muitos casos teremos, ou quereremos ter, ambos. A ideia é ter as analíticas o mais perto possível de onde os dados estão a ser gerados. Isso porque, muitas vezes, a velocidade da decisão é muito importante. Por exemplo, se estiver a conduzir e o sistema detectar que estou a “deslizar” para a faixa contrária é importante que a decisão seja imediata.

BAP: As analíticas no edge referem-se então a acções imediatas...
CR:
Sim.

BAP: E as analíticas no data center mais a decisões estratégicas de médio/longo prazo?
CR:
Diria que podem ser rápidas, mas não em termos de segundos ou microssegundos. Conseguem-se tomar acções rápidas, mas também dá a capacidade de enriquecer os dados recebidos com informação adicional. O retalho pode ser um bom exemplo. Ao entrar numa loja o sistema identifica o cliente e sabem não só onde está (na loja) mas também conseguem enriquecer os dados com informações sobre as suas preferências ou hábitos de consumo. É possível combinar essa informação e enviar promoções personalizadas enquanto o cliente ainda se encontra na loja.
Isto não significa que todos os dados tenham de estar a correr no telemóvel. Aqui não se trata do edge porque o processamento, provavelmente, ocorre na cloud. A resposta é rápida, mas não crítica.

BAP: E há também a inteligência artificial (AI). Quais os resultados da combinação dados + analíticas + AI?CR: Muitas vezes fala-se em analíticas e AI como sendo algo completamente diferente quando na verdade estão relacionadas.
AI é sobre machine learning, optimização e técnicas analíticas. É desta forma que o SAS define a AI.
Quando se fala de AI e de machine learning precisamos de muitos dados para “treinar” os nossos modelos, que, hoje em dia, são muito sofisticados. Com as capacidades computacionais que existem actualmente e o big data, essas duas coisas combinadas, permitem-nos gerar, mais facilmente, modelos de machine learning ou de AI, que depois podemos utilizar para tomar melhores decisões.

BAP: Mas ainda estamos numa fase inicial...
CR:
Creio que é um processo contínuo. Os avanços na computação, assim como no processamento e no armazenamento os dados, levou a avanços nas capacidades analíticas.

BAP: Nos últimos anos tem-se falado muito em IoT e Smart Cities. Mas será uma visão utópica? Por onde começamos?
CR:
Acho que já começamos e vemos isso na nossa vida diária, seja com a Siri, o GPS, ou as funcionalidades dos veículos novos. Estamos a ver a IoT em coisas como a gestão da rede de energia, gestão de resíduos, sustentabilidade... E vamos continuar a ver a sua utilização, de uma forma cada vez mais sofisticada. Acho que ainda estamos a tentar descobrir como usar os dados e criar valor acrescentado, levando à inovação.

BAP: A parceria entre o SAS e a Cisco no sentido de disponibilizar uma plataforma mais ajudar na disseminação da IoT?
CR:
O objectivo final é o de facilitar a vida dos nossos clientes. Usar os pontos fortes da Cisco, na infraestrutura e redes, e do SAS, na transmissão dados e especialmente nas analíticas e AI, juntá-los num único ambiente e facilitar a criação de valor para os nossos clientes.

BAP: Muitas vezes o problema prende-se com o facto de as empresas não saberem por onde começar...
CR:
Sim, e esta nova plataforma é um bom começo.

 

Tags IoT
Share

About Author

Business Analytics Portugal

We are a team of curious people passionate about data. We work at SAS in Portugal and we share ideas and discuss the impact that analytics has in the world. Somos uma equipa de pessoas curiosas apaixonadas por dados. Trabalhamos no SAS em Portugal e partilhamos ideias e discutimos o impacto que a analítica tem no mundo.

Leave A Reply

Back to Top