Em painel com líderes de tecnologia, as mulheres debateram sobre a importância da presença feminina em cargos de liderança.

Nesta quarta-feira (16), foi realizada mais uma edição do SAS Women Empowerment Day, evento destinado ao debate sobre as oportunidades e os desafios vividos pelas mulheres no ambiente corporativo e principalmente no mercado de tecnologia. Neste ano, o painel para “Mulheres na liderança: a importância de fortalecer a voz feminina” contou com a presença de Andrea Ribeiro, diretora de operações, assistências e gestão de fraudes da Tokio Marine; Juliana Ferris, superintendente de produtos e serviços da Dataprev; Priscila Siqueira, VP & head da Gympass no Brasil, e Andreia Limão, gerente-executiva de analytics da Elo, além de ter contado com moderação de Angelica Mari, jornalista especializada em tecnologia e inovação.

Angélica abriu o debate trazendo o dado de que 58% das empresas no Brasil ainda não têm mulheres na liderança, de acordo com um estudo da Teva Indices. As participantes falaram sobre suas jornadas profissionais e evolução da presença feminina na área de tecnologia durante os anos e concordaram que, mesmo com os números em um patamar longe do ideal, as empresas já percorreram um caminho de muito progresso.

Outra informação levantada foi sobre um estudo da Ipsos, que mostrou que 27% dos brasileiros admitem se sentir desconfortáveis com uma chefe mulher. Ferris abriu a rodada de respostas falando sobre sua realidade. "Esse problema ainda ocorre quando se fala sobre temas mais técnicos, onde ainda é necessário mostrar seu conhecimento para provar sua capacidade", avalia a superintendente.

Andreia Limão, da Elo, comentou sobre sua experiência liderando um time majoritariamente masculino e afirmou que é necessário, cada vez mais, que as mulheres tenham confiança sobre os assuntos que estão abordando, mesmo que não seja de seu expertise, pois serão sempre colocadas em dúvida.

Priscila Siqueira complementou dizendo que apenas ter mulheres nas empresas não é o suficiente se elas não forem ouvidas, e comentou que é necessário ter o cuidado para continuar capacitando, ouvindo e colocando as figuras femininas em cargos de liderança, além de, claro, dar valor ao trabalho desempenhado.

Segundo as participantes, é importante mentorar e dar oportunidade para as mulheres desde o início de sua carreira para elas estarem preparadas para quando chegar a oportunidade.

Andrea Ribeiro comentou sobre a importância de ter pessoas de diferentes realidades para enriquecer as ideias e soluções e segue a mesma linha em seu time, que é composto 50% por homens e 50% por mulheres.

Para finalizar, Angelica Mari falou sobre o ESG, traduzindo para o português, governança ambiental, social e corporativa. E Siqueira afirmou que não é apenas pela diversidade, mas também pelo bem-estar de entender a realidade do colaborador. Segundo a head do Brasil da Gympass: “Se a empresa quer dar melhor qualidade de vida para os funcionários, tem que ter mais empatia também, para conseguir enxergar além”.