Recalibrando sua estratégia de prevenção de fraudes para a nova realidade

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Passados alguns meses desde a emergência do novo coronavírus, os impactos da crise de saúde pública e econômica já são notáveis no mundo inteiro. Um deles, infelizmente, é o aumento significativo na incidência de fraudes. Entre os motivos para o fato estão a disrupção de rotinas normais de trabalho e a pressão do lado de quem sofre os golpes, e a motivação financeira de quem comete esses atos.

Além de criar oportunidades para o surgimento de novos fraudadores, a situação atual criou um campo aberto para que os que já praticavam estes crimes. Esses, viram a emergência atual como uma fonte adicional de renda, provocando aumento na incidência de fraudes externas.

Temos visto com cada vez mais frequência a engenharia social aplicada a fraudes contra o consumidor. Da perspectiva das organizações, a representatividade de fraudes também tem aumentado, tanto no setor privado,  quanto no governo.

De olho no score

Tal situação requer um ajuste urgente das medidas implementadas pelo departamento de prevenção de fraudes de organizações. É necessário garantir que as estratégias adotadas possam gerar o score necessário para identificar estes crimes. O score é um sistema de modelos para detecção de fraudes, utilizadas por organizações para identificar as operações de maior risco em seus ambientes transacionais.

Para que as análises sejam realmente efetivas, é preciso calibrar os pesos de cada um dos critérios usados no score. Tal qual a revisão periódica de um automóvel, essa calibragem constante é cada vez mais crítica. Especialmente em um momento em que o perfil e o comportamento de indivíduos muda drasticamente e organizações se mostram mais frágeis, por estarem com seus recursos focados em outras tarefas igualmente importantes.

Essa recalibragem frequente do arranjo de scoring deve ser feita por todas as empresas que possuem uma estratégia de combate às fraudes, em qualquer setor e cenário. A estratégia da organização é analisada e ajustes importantes são feitos, gerando benefícios como redução de falsos positivos e seus consequentes desperdícios de recursos.  Adicionar estas rotinas ao plano de prevenção de fraudes tornará as defesas da organização ainda mais robustas.

O retorno financeiro de uma estratégia de combate a fraudes calibrada para responder às demandas apresentadas pela pandemia é bem claro: menor exposição ao risco e menos perdas financeiras. Por outro lado, tais ferramentas também permitem proteger a organização e seus clientes de atos criminosos em um momento desafiador como a crise da COVID-19. A guerra contra fraudes passa por transparência e a tecnologia está disponível para garantir isso, de formas cada vez mais acessíveis. O que precisamos fazer é utilizá-la.

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About Author

Ricardo Saponara

Head de prevenção a fraude para América Latina, SAS

Ricardo é formado em ciências atuariais pela PUC-SP/Brasil, possui MBA em finanças, controladoria e auditoria na FGV-SP/Brasil, especialização internacional em gerenciamento executivo na UCI-Califórnia/Irvine-EUA e diploma de econômia na PUC-SP/Brasil. Possui mais de 15 anos de experiência no setor de seguros, passando pelo Unibanco AIG (Brasil), Assurant Solutions, ACE (América Latina) e Mondial Assistance (Allianz Global Assitance), atuando como atuário chefe, diretor de subscrição e riscos. Ricardo também é professor de finanças na ESAG - FGV-SP/Brasil. No SAS, Ricardo é especialista na indústria de seguros e também ocupa o cargo líder de práticas de prevenção de fraudes na América Latina.

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