Combate à Fraude: Um Processo Complexo e Dinâmico

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O combate à fraude é um benefício para o mundo! Quem o afirma é Carla Costa Paes, Inspetora na Inspeção-Geral da Administração Interna, que nos falou sobre a importância do combate à fraude, os motivos que levam à existência de falhas e do papel da tecnologia neste complexo processo.

Segundo Carla Costa Paes o combate à fraude é uma área muito importante e que, muitas vezes, não é bem aproveitada, porque a fraude desvia dinheiro, que deve ser utilizado para fins específicos e muito concretos, e pode mesmo provocar prejuízos avultados às organizações governamentais e privadas e, em última instância, ao cidadão.

Falando do combate à fraude no Serviço Nacional de Saúde – área particularmente relevante já que foi coordenadora do Grupo de Luta e Prevenção da Fraude durante algum tempo – Carla Costa Paes adianta que há estudos internacionais que dizem que cerca de 6 a 10% do montante dos gastos com  todos os cuidados de saúde são perdidos anualmente para a fraude, ou seja é dinheiro que não serve para os fins específicos de prestação de cuidados de saúde aos cidadãos, sendo urgente que haja uma garantia da sustentabilidade do sistema e da boa aplicação deste dinheiro.

Quanto às falhas existentes, Carla Costa Paes defende que há duas perspetivas: da repressão da fraude e da prevenção. Segundo a sua experiência, o problema está no facto de não se olhar para esta matéria de forma concreta. Para combater a fraude defende que, antes de mais, há que detetar as vulnerabilidades existentes para depois sim poder olhar, de forma assertiva e consistente, para a situação. Falou de exemplos concretos, como é o caso da dispensa de medicamentos, uma área bastante desenvolvida, na qual foram criados indicadores de risco.

Relativamente ao papel das tecnologias no combate à fraude é perentória ao afirmar que se trata de “Uma faca de dois gumes. Têm um papel importante na deteção e repressão sim, mas também é facilitadora na ocorrência de fraudes!”, referindo-se aqui às ameaças cibernéticas, ao abuso de informação privilegiada… e a toda uma série de situações que ocorrem e são facilitadas pelo uso de tecnologia.

“Julgo que tem de se aproveitar a tecnologia ao nível da Inteligência Artificial e do Big Data para criar modelos analíticos que permitam detetar as ameaças e poder construir esses modelos de alerta para que as organizações mais facilmente detetem o que não está bem.”

Quando questionada sobre a razão pela qual combate a fraude, Carla Costa Paes afirma que todos devem dar esse contributo, uma vez que todos beneficiarão.

Um interessante testemunho de quem está no terreno e lida, de perto, com a situações de fraude e lavagem de dinheiro

 

Entrevista realizada por Carla Miranda, especialista em soluções de combate à fraude do SAS Portugal.

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