Já está em vigor e traz mudanças para o sector bancário: a PSD2 – Payment Service Directive – que regulamenta os pagamentos electrónicos.
Mas qual o estado de implementação da Directiva e o seu impacto no negócio? Um estudo levado a cabo entre Agosto e Setembro de 2017 pela Deloitte – sob o título European PSD2 Survey – revelou que a maioria das empresas optou por considerar a PSD2 como uma oportunidade.
Apesar da Directiva incidir sobre os pagamentos electrónicos verifica-se que a sua implementação tem um impacto transversal às várias áreas dentro de uma empresa, embora com maior incidência, claro, nos pagamentos, nos serviços partilhados e nas funções corporativas. Em relação aos principais desafios estes prendem-se com o desenvolvimento de soluções de acesso a entidades terceiras. Em qualquer transacção há três figuras: o cliente, o vendedor (seja de produtos ou serviços) e a entidade bancária que faculta o processo de pagamento. A principal dificuldade (diga-se preocupação) reside no garantir da segurança e autenticação dos dados referentes, quer aos consumidores, quer aos prestadores de serviços/produtos – 36%.
Mas essa não é a única preocupação. Uma tão ou mais importante (porque estão interdependentes) prende-se com a falta de definição e clarificação das RTS e das especificações API (22%). Só com esta fase concluída se pode pensar na integração da conectividade das API com a infra-estrutura e os sistemas internos (11%).
Convém, ainda, não esquecer os requisitos impostos pelo regulador, que ainda são algo vagos, dificultando a adopção, implementação e cumprimento da Directiva.
Face a estes desafios, as entidades bancárias têm optado por desenvolver parcerias no sentido de se criarem, standards de acesso. O estudo da Deloitte aponta a Bélgica, a Croácia, a República Checa, a Alemanha, a Hungria, a Letónia, a Polónia, a Roménia e a Eslováquia, como sendo mercados mais activos neste tipo de iniciativas.
A redução do fardo individual para compreender, desenvolver e implementar standards; assim como o reconhecimento de que standards comuns facilitam a adopção e aumentam o sucesso das iniciativas bancárias abertas são os principais motivos que levam ao trabalho conjunto entre várias entidades financeiras.
O cumprimento da PSD2 pode ser uma oportunidade para apresentar soluções diferenciadas (e personalizadas) e, com isso ganhar vantagem competitiva em alguns segmentos de mercado. Essa é pelo menos a opinião de 33% dos inquiridos. No entanto a maioria (47%) afirma que ainda está a avaliar a situação sobre se irão, ou não, diferenciar os seus serviços consoante os diferentes segmentos de clientes.
Mas há um dado preocupante. A PSD2 está intimamente ligada com o GDPR. No entanto 60% dos inquiridos optou por não responder à questão se já estão a trabalhar as interacções entre as duas directivas europeias.
A forma de autenticar o consumidor é talvez a principal “mexida” no processo dos pagamentos electrónicos. E a maioria das entidades (43% dos inquiridos) refere que tencionam fazer mudanças nas formas de autenticação. Apenas 18% afirmam que irão manter os métodos actuais. Nas “novidades” destaque para as biométricas que começam a ganhar importância e a despertar interesse.
Independentemente dos desafios a ultrapassar, a PSD2 é claramente uma oportunidade para os bancos. Não só porque terão acesso a mais pontos de dados do consumidor, permitindo compreender melhor os clientes e com isso oferecer produtos/soluções personalizados, mas também uma oportunidade de crescer em novos e/ou existentes segmentos de mercado. Não é por acaso que a maioria dos inquiridos acredita que a PSD2 resultará em mudanças competitivas significativas nos próximos dois a três anos. Apenas 4% têm a visão oposta – de que o impacto será severamente negativo).
Os resultados do estudo “European PSD2 Survey” podem ser consultados AQUI.
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