Uma das mulheres mais bem-sucedidas do mundo do poker, Liv Boeree joga profissionalmente há 13 anos e fica impressionada com a maneira com que o jogo vem sendo revolucionado pelo uso da tecnologia nesse período. Familiarizada com o mundo dos dados, Liv queria se especializar em física antes de se apaixonar pelo poker, e chegou a estudar astrofísica na universidade. Ela compartilhou um pouco de sua história na abertura SAS Explore, que tem o replay disponível aqui.
Liv foi uma daquelas crianças curiosas e obcecada por grandes questões. "O que tem dentro do buraco negro?", "o que há lá fora no universo" eram apenas algumas das questões que a intrigavam e que culminaram em sua escolha acadêmica. Até que ela se formou e, com algumas dívidas, precisou arranjar um modo de ganhar dinheiro com urgência. É aí que o poker ganha espaço na sua vida de futura cientista. Não demorou para Liv passar a atuar como profissional, o que a permitiu viajar o mundo e ganhar inúmeros campeonatos. "Tenho muito orgulho de ter tomado essa decisão", conta.
No poker, ou o qual o jogador tem as melhores cartas ou finge que tem as melhores cartas: o famoso blefe, como muitos sabem. ". Seu trabalho é minimizar a quantidade de informação verdadeira que você passa, enquanto maximiza a quantidade de informação verdadeira que consegue tirar do seu oponente. Um bonito mix de sorte e habilidade, decepção e dedução", resume Liv. Entre as habilidades necessárias para se tornar um bom jogador, Liv inclui conhecimentos de estatística e aritmética, que chama de habilidades analíticas e científicas, que incluem também a Teoria dos Jogos.
"Quando o poker online surgiu, no início dos anos 2000, foi muito transformador. Essa nova maneira de joga trouxe muitos dados de onde os jogadores podiam aprender. Surgiram os fóruns e as escolas online, além de análises", explica. Liv chama esse processo de "digitalização do poker", algo que considera uma "revolução científica" que transformou não só a maneira que o jogo é jogado, mas também o modo como ele é estudado. Com isso, os atuais grandes campeões de poker costumam ter um approach extremamente analítico, ainda segundo Liv.
Desde 2015, novos softwares foram desenvolvidos que fazem simulações de "mãos" fictícias e que mostram ao jogador quais são as suas melhores opções. Em resumo, enquanto há alguns anos o jogador estava concentrado em entender como o outro jogador joga, enquanto hoje em dia são necessárias horas e horas de estudo em softwares de simulação. Em 2017, tantas transformações culminaram em uma IA desenvolvida pela Carnegie Mellon University que acabou vencendo alguns jogadores de poker em uma maratona que durou 20 dias, um feito inédito. "Foi algo muito significativo para a comunidade do poker. Nós, jogadores, não somos mais os melhores", resume.
Confira o replay deste e muitos outros conteúdos gratuitos sobre IA e analytics no site do SAS Explore.