Dra. Luana Araujo abriu a 6ª edição do SAS Women Empowerment Day 2022 com uma palestra intitulada “Mulheres na Ciência”. Ela, que é médica infectologista e mestra em Saúde Pública pela universidade norte-americana Johns Hopkins, iniciou sua apresentação agradecendo o espaço tão importante para uma discussão fundamental e contextualizada nos dias de hoje.
Na abertura da apresentação, a palestrante faz questão de narrar algumas histórias de mulheres que se destacaram na ciência. Nomes como Ada Lovelace, Rosalind Franklin, Marie Curie, Nise da Silveira, Hedy Lamarr, Lady Mary Montagu foram destacados como exemplo de mulheres que fizeram ciência, porém não tiveram seus feitos reconhecidos, e foram deliberadamente esquecidas. Ela aproveita para homenagear essas mulheres e aquelas que as honram todos os dias.
Dra. Luana, então, questiona: o que de fato é ciência? Ela explica de maneira resumida que é a organização de informações e de conhecimentos de maneira que faça sentido, e que faça a diferença na vida das pessoas, e complementa dizendo que se você é uma pessoa que compreende o processo científico dos tempos atuais, reagindo a ele, você também está fazendo ciência em algum grau.
Falando em números, ela traz a informação de que as mulheres representam 28% dos pesquisadores em todo o mundo, enquanto no Brasil 49%.
As mulheres ainda se deparam com dificuldades para alcançar postos mais avançados em laboratórios, conciliar maternidade e carreira, e têm remuneração menor. Tudo isso dificulta a escolha pela ciência, ou adia decisões, fazendo com que as mulheres sejam tratadas de maneira despersonalizada. Ela lembra ainda que “as mulheres são menos remuneradas, a biologia pouco respeitada, ou seja, há ainda um longo caminho a ser percorrido. Então, o que esperar para o futuro? Que a equidade e valorização sejam as fundamentações de como a ciência é construída, porque quando o trabalho dessas cientistas é renegado, todos nós nos deixamos de se beneficiar pelo que elas produzem.”
Dra. Luana atua também como consultora de analytics e menciona o uso de dados no dia a dia. Em sua opinião, é inevitável nos depararmos com dados no cotidiano, independente da atividade exercida; por isso, ela destaca a importância de dar oportunidade para meninas terem uma formação que as ajude a entender e analisar os dados, compreendendo as relações entre os dados e a manifestação humana daqui em diante. “Não haverá gestão pública, ensino ou pensamento sociológico sem dados”, garante. “Os dados nos permitem ter uma menor margem de erro e um maior aproveitamento dos esforços em todas as áreas”.
A médica conclui sua apresentação dizendo que meninas e meninos não devem ter dificuldade em ter acesso a esta formação básica em dados, e que devem ser estimulados a tratar dados e analytics com naturalidade, porque o futuro dependerá disso.