O Open Finance é como vem sendo chamada a expansão do Open Banking, modelo de compartilhamento de dados entre instituições financeiras que vem dando os primeiros passos no Brasil e marca o começo de uma grande mudança no sistema financeiro nacional. No Open Finance, mais instituições farão parte do sistema - como corretoras e fundos de previdência - e não apenas bancos e fintechs do país.
Ricardo Raposo, diretor de Data & Analytics da B3, apresenta três pilares importantes para a aplicação consistente da metodologia, em sua visão: transmissão de confiança da instituição perante os seus usuários, assegurando o tratamento ético dos dados, trazendo informação clara e objetiva sobre a novidade para os seus consumidores; compreensão dos clientes, garantindo que os mesmos entendam que o produto e/ou serviço vale a pena por meio do acesso transparente à informação; e experiência do cliente, um “desafio puramente analítico”, como analisa o diretor, ao trazer a necessidade de pensar e usar dados de forma estratégica.
Conforme pontuou Raposo, a evolução do mercado financeiro permite que a inovação aconteça e que a concorrência entre as instituições financeiras seja estimulada, visando sempre a melhoria na experiência do cliente e o aumento na segurança dos dados do consumidor.
Na visão de Bruno Loiola, co-fundador da Pluggy, uma fintech focada em integração e infraestrutura para Open Banking, o modelo vigente no Brasil foi inspirado no Reino Unido mas conta com o diferencial de que “o brasileiro está mais disposto a compartilhar dados em troca de melhores produtos e serviços”, o que possibilita impactos positivos no mercado nacional ao democratizar o acesso de dados do consumidor, já que ele se torna “o próprio dono dos seus dados”, facilitando a realização de transformações significativas no ecossistema financeiro.
Ao final do painel, ambos os especialistas reforçam que o principal atrativo no Open Banking consiste na oportunidade de criação de novos produtos e serviços a partir de um atendimento customizado - de acordo com o perfil de cada cliente - aliado a um investimento sólido em segurança e privacidade de dados como parte vital de todo o processo de inovação trazido por essa nova era da indústria financeira. O co-fundador da Pluggy ressalta que, para que esse processo de inovação seja contínuo e os clientes se sintam cada vez mais à vontade para fornecer seus dados, que são “como ouro nessa nova era”, é preciso garantir a transparência e autonomia ao usuário sobre o processo de utilização dos seus dados pelas instituições financeiras que tiverem acesso às suas informações.
As mudanças trazidas pelo Open Finance no sistema financeiro nacional
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