A nova era da inteligência artificial generativa no Brasil

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Entre as organizações que já adotaram a GenAI, os benefícios são notáveis. Mas obter ROI ainda é um desafio que requer atenção dos líderes de negócios

A inteligência artificial generativa (GenAI) se firmou como uma força propulsora no mundo corporativo, transformando a interação entre humanos e tecnologia de maneira inédita. Tenho acompanhado com interesse a evolução das discussões sobre esse tema, que ocupa um papel central nas decisões de negócios, refletindo sobre os desafios e oportunidades nesse cenário.

Neste exercício de pensar futuros, é fundamental contar com o suporte de dados para entender o contexto local. Para isso, o SAS lançou uma pesquisa abrangente sobre o potencial e as barreiras que empresas no Brasil ainda precisam superar quando o assunto é inteligência artificial generativa. Divulgado em primeira mão em nosso evento SAS Innovate on Tour em São Paulo, no dia 17 de setembro, o material é baseado em um novo levantamento com 100 organizações brasileiras sobre seus planos e percepções a respeito de GenAI, traçando uma rota para obter vantagens competitivas com a tecnologia.

Entre os principais aspectos que estão acelerando a adoção e o impacto da GenAI no ambiente corporativo brasileiro, o relatório destaca a busca por inovação, melhorias na experiência do cliente e aumento da eficiência operacional. Cerca de 93% das empresas brasileiras que adotaram a GenAI relataram melhorias na experiência e satisfação dos funcionários, 87% observaram uma redução nos custos operacionais e 76% notaram um aumento na retenção de clientes. Esses dados reforçam como a tecnologia pode impulsionar resultados positivos quando implementada de forma adequada.

O panorama atual das empresas em relação à GenAI, de acordo com o estudo, é impressionante: quase metade das empresas brasileiras (46%) já iniciou a implementação da GenAI, sendo que 8% já integraram a tecnologia em escala. Além disso, 77% das organizações que participaram do estudo estão investindo ativamente em GenAI para 2024/2025, e 69% planejam desenvolver seus próprios modelos de linguagem (LLMs) internamente.

Cerca de 93% das empresas brasileiras que adotaram a GenAI relataram melhorias na experiência e satisfação dos funcionários

Obtendo retorno com agilidade

Entre os diversos insights e desafios apontados no relatório, que pode ser acessado aqui e na imagem abaixo, escolhi destacar o ponto relacionado à obtenção de ROI de forma mais rápida. A IA generativa é uma tecnologia disruptiva que veio para facilitar muitos processos, inclusive aqueles que antes exigiam expertise técnica específica. No entanto, a adoção da tecnologia ainda precisa evoluir.

Para isso, as empresas devem ter casos de uso claros em que a IA generativa possa gerar resultados mensuráveis. Muitas empresas adotaram a IA generativa sem um planejamento estratégico bem definido, o que pode prejudicar o retorno do investimento. Outra dificuldade que as empresas enfrentam é a falta de maturidade na gestão de dados: sem uma governança adequada, é difícil alcançar o ROI desejado.

Por outro lado, há empresas no Brasil que estão avançando em seus projetos e demonstrando boas práticas na busca por um retorno significativo. No SAS Innovate on Tour, tivemos a oportunidade de conhecer alguns desses exemplos de grandes empresas que têm demonstrado a importância de identificar os melhores casos de uso em suas jornadas de transformação digital, como Vale e HDI, por exemplo.

Também no SAS Innovate, conversei com Pedro Amoroso, do BTG Pactual, que falou sobre o uso de IA para personalizar ofertas de crédito e produtos financeiros. Estratégias de hiperpersonalização baseadas em dados concretos (e não apenas na adoção de IA por modismo) permitem a organizações como o BTG oferecer serviços mais assertivos e com melhor custo-benefício. Segundo Amoroso, seguir boas práticas nesta seara reflete a importância de utilizar a tecnologia onde ela realmente faz diferença.

Papo com BTG Pactual sobre uso de IA nas ofertas de crédito

Líderes de grandes empresas reforçaram mensagens importantes: para maximizar o ROI, não só quando falamos de IA generativa, mas nos investimentos em tecnologia de forma geral, é essencial priorizar casos de uso que tragam valor real ao negócio. Sem uma definição clara de objetivos e expectativas, o risco de frustração e desperdício de recursos é elevado.

Uma vez escolhidos esses casos de uso, a jornada para obter vantagem competitiva também inclui práticas como políticas robustas de governança, integração harmoniosa da tecnologia aos processos existentes e capacitação das equipes. Além disso, contar com a orientação de especialistas é fundamental.

Sem uma definição clara de objetivos e expectativas, o risco de frustração e desperdício de recursos é elevado.

Além da necessidade de se ter um foco claro no que se deseja alcançar, existem práticas essenciais para operar na era da IA generativa, e estas conversas estão avançando no Brasil. Ao seguir o caminho de quem está evoluindo e de quem entende do assunto, empresas estarão mais preparadas para aproveitar as oportunidades dessa nova fase da evolução da inteligência artificial, e melhor posicionadas na vanguarda da inovação tecnológica.

*Artigo publicado originalmente na coluna de André Novo no site AIoT Brasil 

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André Novo

Country Manager, SAS Brasil

Formado em matemática pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e em meteorologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Novo atua há mais de 35 anos no setor de tecnologia, com vasta experiência na área comercial, gerenciando equipes de vendas. Com passagens por grandes empresas do setor, como Unisys e NCR, está no SAS há 13 anos, tendo atuado nos últimos três anos como diretor de vendas para governo e finanças. Desde dezembro de 2021, lidera as operações do SAS Brasil na posição de country manager.Tem grande conhecimento nos mercados da América Latina e Caribe, trabalhando com equipes de vendas locais de distribuidores, identificando oportunidades e propondo soluções específicas para as necessidades do cliente final. Está no SAS há mais de 10 anos e, desde agosto, ao lado de Luiz Riscado, assumiu a frente das operações da empresa.

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