Responsabilidade em IA: como inovar de maneira ética

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Com o volume de dados gerados constantemente por empresas, a implementação de práticas de ética e de projetos de inteligência artificial de forma responsável tem se tornado uma consideração que entra cada vez mais no radar de tomadores de decisão. Neste artigo, falo sobre os desafios e caminhos para organizações que buscam trilhar essa evolução e evitar danos, vieses e outros impactos negativos aos diversos stakeholders.  

Quando o assunto é o uso de IA e tecnologias correlatas como machine learning, empresas dos mais diversos setores estão diante de uma série de oportunidades que podem gerar impactos positivos nos negócios. Porém, se desenvolvidas e implementadas sem os devidos controles e supervisão humana, a inteligência artificial pode, sim, causar prejuízos. 

De forma geral, ter responsabilidade significa saber dos desdobramentos das nossas ações e fazer o que precisa ser feito para que esses desdobramentos não coloquem alguém em perigo ou causem consequências que não tinham sido previstas. Traduzindo isso para o mundo da tecnologia, a abordagem de IA ética e responsável visa, além de prevenir eventuais impactos negativos para a reputação de uma empresa, garantir a equidade e a justiça em cada passo da jornada de inovação, mantendo as pessoas no centro. 

Apesar de uma abordagem responsável ser a coisa certa a se fazer quando se trata do uso de IA em uma empresa, não quer dizer que este é um processo simples. Existem entraves que podem dificultar o avanço nessa agenda, e um deles é a falta de maturidade analítica das empresas, ou seja, a incapacidade de analisar e compreender corretamente os dados que estão sendo coletados e analisados pelas companhias. Sem essa habilidade fundamental, fica difícil estabelecer diretrizes e normas éticas e responsáveis para o uso desses dados. 

Um dos principais riscos para as empresas na hora de inovar por meio de IA é a questão dos vieses, ou seja, a ocorrência de resultados tendenciosos que distorcem a realidade, sendo potencialmente prejudiciais. Mas a boa notícia é que já há organizações inovadoras e comprometidas que podem auxiliar as empresas nesse processo. Hoje, há maneiras de visualizar, avaliar e detectar vieses potenciais ao longo do ciclo de vida do modelo.  É possível identificar vieses potenciais em um estágio muito anterior e, portanto, reduzir o risco operacional, financeiro e emocional envolvido.  

Um dos principais riscos para as empresas na hora de inovar por meio de IA é a questão dos vieses, ou seja, a ocorrência de resultados tendenciosos que distorcem a realidade, sendo potencialmente prejudiciais.

Por isso a escolha de um parceiro é tão importante, e neste contexto é imprescindível que o foco esteja na responsabilidade e governança.  Afinal, a IA ética é aquela que é executada de ponta a ponta, garantindo auditabilidade em todos os estágios.  

O equilíbrio entre inovação em IA e a manutenção de um padrão ético elevado é um grande desafio para as empresas, e esta deve continuar a ser uma questão que tomadores de decisão deverão se deparar com frequência. Mas o cuidado no uso dos dados, sejam eles próprios ou de terceiros, deve ser sempre a prioridade, garantindo a privacidade e a transparência em todo o processo. 

Embora ainda não exista uma regulamentação específica sobre ética em IA no Brasil, este é um debate em andamento. Com isso em mente, as empresas devem começar a discutir o tema internamente, de olho na evolução das futuras regras que irão reger o uso de inteligência artificial no país. 

Em um contexto em que a IA ocupará um papel central para os resultados de negócios, interesse no assunto e proatividade serão essenciais para evitar problemas futuros, como a perda de confiança dos clientes e a necessidade de adaptações rápidas e custosas quando a regulamentação finalmente for estabelecida. Para organizações focadas em preservar seu relacionamento com o cliente e evitar riscos para a reputação corporativa, a conversa sobre IA responsável precisa ir para um próximo nível – ou começar a acontecer o quanto antes. 

Artigo originalmente publicado na AIoT Brasil. 

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André Novo

Country Manager, SAS Brasil

Formado em matemática pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e em meteorologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Novo atua há mais de 35 anos no setor de tecnologia, com vasta experiência na área comercial, gerenciando equipes de vendas. Com passagens por grandes empresas do setor, como Unisys e NCR, está no SAS há 13 anos, tendo atuado nos últimos três anos como diretor de vendas para governo e finanças. Desde dezembro de 2021, lidera as operações do SAS Brasil na posição de country manager. Tem grande conhecimento nos mercados da América Latina e Caribe, trabalhando com equipes de vendas locais de distribuidores, identificando oportunidades e propondo soluções específicas para as necessidades do cliente final.

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