Nós, mulheres, estamos cansadas de buscar o ideal de perfeição inatingível, sem aceitar nossas vulnerabilidades. Para falar sobre isso, o SAS promoveu, dentro do Women Empowerment Day 2023, o painel “É o fim da era da ‘mulher guerreira’?”, no qual convidou executivas para tirarem suas armaduras e debaterem como as medos e inseguranças podem ser menos assustadores quando compartilhados.
Na era das vidas perfeitas expostas em fotos e clipes de poucos segundos nas redes sociais, a discussões trouxe à tona, de forma sincera e sensível, as próprias vulnerabilidades das participantes, e como lidam com elas. E não faltaram dicas sobre como encarar essas fraquezas no âmbito pessoal e profissional.
E enfrentar o julgamento alheio, sem dúvidas, é algo que torna qualquer mulher vulnerável. “Não existe questão mais vulnerável do que estar aqui falando sobre vulnerabilidade”, aponta Mariana Fontanezi, customer advisor do SAS. Vulnerabilidade para mim remete a despir-se e se exibir. A questão do corpo, e como se encarar. Está muito ligada ao julgamento. Mas encarar isso de frente é muito bom”, resume.
Ciça Ferrarezzi, diretora de comunicação e políticas públicas da Movile, acredita que aflorar suas emoções livremente, e sinalizar isso para as pessoas, é uma forma de aceitar sua vulnerabilidade e viver melhor com ela. “Meus times sempre souberam que eu choro eventualmente. É a forma como eu processo emoção quando alguma coisa me toca, essa é a minha vulnerabilidade. Tive que entender por que eu choro e me permitir chorar”, confessa.
Flavia Vieira – Head contábil da SulAmérica, é pragmática, e conta como lida com o fato de, muitas vezes, não conseguir “abraçar” todas as tarefas que lhe são impostas. “Eu não tenho que atender expectativas de todos 24 horas por dia, ou um padrão acima do que é necessário fazer. Eu não salvo vidas, não sou médica. No meu dia a dia eu posso parar, respirar, contar até dez e priorizar o que é realmente necessário fazer naquele momento”.
Todas concordam, porém, que há um movimento muito grande de mulheres que não concordam com essa busca pela mulher perfeita, ou a mulher guerreira. “É um movimento, mas ainda e difícil. A gente ainda se pega tentando ser prefeita, não querendo mostrar fraqueza e vulnerabilidade para não ser colocada naquele lugar de sexo frágil. Temos que começar a mudar isso”, pontua Thais Cerioni, head de marketing Brasil e gerente de comunicação SoLA do SAS.
Outro aspecto apontado no painel foi a pressão da sociedade para que a mulher se encaixe em determinados padrões de beleza, e o quanto isso pode ser nocivo em vários aspectos. “Somos muito cobradas pela nossa aparência, em ser a princesa perfeita. Estamos permitindo que as pessoas exijam de nós que sejamos as princesas da Disney. Até as princesas estão mudando, nós temos que mudar também”, incentiva Mariana.
Liberdade e inovação
E como lidar com as nossa vulnerabilidades no ambiente corporativo, transformando-as em força e, até, em motor para a criatividade e inovação? Falar sobre o assunto é um bom começo. “Falo das minhas vulnebilidades com os colaboradoras e deixo claro que não somos robôs. Também converso muito com minhas gestoras sobre isso”, conta Flavia.
“Eu trabalho com afeto, eu crio links que são para além da profissão, e criar esses laços de afeto, para mim, tem a ver com vulnerabilidade. As pessoas precisam saber como a gente está emocionalmente, dessa forma, com afeto e interesse genuíno pelas pessoas, podemos entender qual é a vulnerabilidade do outro”, recomenda Ciça.
“Quando estamos em um ambiente em que estamos confortáveis para trabalhar, a gente tem a mente mais disponível para inovação e para ter ideias. Ficamos com a mente aberta”, resume Mariana.
Confira aqui a edição de 2022 do Women Empowerment Day.