Depois de uma tarde repleta de pautas envolvendo o universo feminino, Maite Schneider encerra o SAS Women Empowerment Day 2022 com boas e necessárias reflexões sobre diversidade, inclusão e empoderamento feminino.
“O ser humano nasceu para ter horizontes, e não ter limites”, foi uma das falas de Maite durante sua palestra. Além de dicas, ela trouxe alguns exemplos que deixam claro que falar de diversidade não é modismo, e que é a nossa maior igualdade como ser humano.
O conceito de mundo Vuca, que é um acrônimo de Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity (em português: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade), foi vivido no período antes da pandemia, e muito aplicado no mundo dos negócios, traz a comparação com o atual conceito de mundo Bani (Brittle, Anxious, Nonlinear and Incomprehensible. Em português, podemos chamar de FANI: Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível), ou seja, se antes já era difícil de planejar algo no longo prazo, hoje é praticamente impossível no médio prazo, esta transição entre os conceitos permitiu que metodologias, processos, e as redes de stakeholders estejam cada vez mais alinhados com nossos valores e missões, com isso, falar de diversidade se tornou sustentável, por ser a maior potência atual, explicou ela.
Maite é empreendedora e cofundadora de grandes projetos que são focados na inclusão e diversidade, como a Transempregos (projeto de empregabilidade para pessoas transgênero), além de atriz e dubladora - e de ter uma energia incrível! Logo no início da sua palestra, Maite fez uma áudio-descrição de si, sinalizando a inclusão como premissa para todas as pessoas.
Maite traz diversos insights com uma visão macro para as empresas, pensando em pessoas transgênero, que é a sua maior bandeira na diversidade, e traz algumas dicas, como exemplo:
- Conhecer cada indivíduo, olhar ao redor e perceber se pessoas negras, trans, entre outros grupos diversos, fazem planos de carreira e possuem oportunidade.
- Não basta atrair os melhores talentos, é necessário retê-los, aqui ela chama atenção para os benefícios da empresa, se estão sendo úteis para todas as pessoas, homens, mulheres, pessoas trans, negras, elas estão sendo beneficiadas de igual maneira? Licença maternidade / paternidade foi citada como exemplo.
- De nada adianta contratar uma consultoria para abordar de forma assertiva uma temática (etnia, pessoa com deficiência...), e não ter ações de melhoria de vivência na prática.
- Não engessar a diversidade, permita que seja um ambiente potente e criativo, que as pessoas possam dar suas opiniões, isso contribui para um ambiente diverso.
- Diversidade não é ponto de chegada, é um caminho com metas diárias, é sobre pessoas, e deve ser adaptado a cada mudança, usando potência e inteligência emocional.
Na segunda parte da palestra, Maite complementa com dicas para que cada pessoa faça suas próprias mudanças para diminuir as desigualdades. Ela cita o exemplo do reality show Big Brother Brasil, que ao incluir uma participantes transsexual, Linn da Quebrada, possibilitou mudanças no algoritmo de buscas do Google, ampliando a possibilidade de um olhar para pautas culturais, família, hobbies e muito mais.
Para tornar-se um agente de mudança, e não depender somente das instituições, Maite acredita que atitudes devem ser aplicadas no dia a dia, como por exemplo: não usar nomes pejorativos, de viés inconsciente, preconceito, pseudo-elogios, a palavra como opção para questões de identidade, e de orientação sexual, perguntas que sequer você faria a si mesmo, ou que possa ser gatilho de dores (família por exemplo), reduzir as pessoas a uma característica. As pessoas são um universo de possibilidades, reconhecer seus privilégios para furar bolhas é entender o outro para desenvolver seu processo de autoconhecimento.
Ao final, Maite convida as pessoas para uma reflexão importante, “não tenha medo de errar, porque vendo que errou, você aumenta as possibilidades de aprender, e pode multiplicar para outras pessoas, seja humilde, tenha empatia, peça desculpas, esta é sua contribuição diária para termos um mundo mais diverso e inclusivo”.