O futuro da eficiência no setor público está no uso inteligente dos dados

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Como utilizar soluções tecnológicas de análise de dados para garantir ganho de eficiência, de produtividade, e oferecer respostas mais rápidas e assertivas na solução de problemas? Essas são questões comumente levantadas por diversas organizações privadas, e a busca por resultados as obrigam a buscar essas respostas. No setor público, entretanto, esse enfrentamento não ocorre na mesma velocidade. Muito se fala sobre transparência e agilidade na administração pública, mas ainda há um gargalo dos gestores públicos em buscar as soluções - que muitas vezes já estão disponíveis.

O uso de ferramentas de analytics e análise de dados na esfera governamental seria o primeiro passo para atingir a almejada eficiência. A tecnologia, nesse caso, pode ser usada de duas formas. A primeira para aumentar a capacidade do cumprimento de metas; a outra é fazer isso de forma mais preditiva, antecipando eventuais ocorrências. Essas foram as definições utilizadas por Steve Bennett, diretor global para práticas governamentais do SAS. Em outras palavras, o uso de analytics no setor público é fundamental para garantir efetividade e eficiência. Mas a pergunta que se coloca é: os gestores públicos, em suas diferentes hierarquias, têm utilizado inteligência analítica para atingir esse cenário?

Para responder a essa pergunta, é preciso entender as implicações que o uso de ferramentas de análise de dados pode acarretar positivamente na administração das diferentes áreas que compõem as atribuições do poder público. Premissa básica dos governos é garantir o bem-estar social da população, o desenvolvimento econômico e tecnológico, bem como fazer o melhor uso dos recursos destinados à gestão pública. Para atingir tais objetivos, o uso da Inteligência Analítica é primordial.

Só é possível interpretar e aprimorar indicadores sociais, além de monitorar as ações para maximizar o bem-estar social, mapeando as fontes de dados disponíveis para essas análises. E é aqui que entram as soluções de analytics. As empresas de utilidades públicas podem melhorar a sua eficiência operacional e incrementar a sua arrecadação sem aumento de tarifário ao utilizarem análise avançada de dados, que poderá identificar eventuais padrões e inconsistências.

Embora em estágio embrionário, o Brasil e a sua administração pública já têm adotado, em algum nível, ferramentas para garantir agilidade e transparência. Nos últimos anos, graças às demandas sociais crescentes e  limitação de recursos disponíveis, passamos a ver alguns gestores públicos entenderem a necessidade de melhoria da gestão dos recursos públicos, buscando, cada vez mais, a eficiência do gasto. Isso ocorreu através da adoção de tecnologia para apoiar a identificação de fraudes e anomalias, o combate à corrupção e a automação de atendimento, sempre situando o cidadão no centro das ações que são desenvolvidas no governo.

Um exemplo disso foi um projeto desenvolvido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que investiu na aquisição de soluções de análise de big data para identificar casos de fraudes na Previdência Social, que soma uma quantia exorbitante de perdas aos cofres públicos. O projeto em questão permitiu o cálculo automático de um trilhão de desvios, além da análise de modelos preditivos. A partir daí, para cada benefício com alta probabilidade de fraude, o TCU pode recuperar cerca de R$ 600 mil todos os meses.

Outro exemplo que podemos mencionar é uma solução aplicada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que com uso de técnicas de machine learning detectou possíveis perdas resultantes de fraudes relacionadas ao consumo de energia, além de falhas técnicas. Com a identificação de 50% dos fraudadores, tal medida resultou em uma economia de cerca de R$ 1,5 milhão por mês.

Esses casos são apenas uma pequena amostra do potencial que o uso de solução de analytics pelo poder público pode atingir em diferentes áreas, como nos gastos de saúde, de educação e de segurança pública, além de identificar pontos de atenção em mobilidade urbana, e avaliar impactos ambientais na emissão de alvará de execução de obras, entre outros aspectos.

A grande quantidade de dados que temos hoje à nossa disposição é uma oportunidade para o setor público melhorar a qualidade e eficiência de seus serviços e processos. O uso de analytics nesse caso é um forte apoiador para as tomadas de decisão dos gestores públicos, por meio de análise e otimização de diversos dados internos e externos, como também de processos. Dados e Analytics combinados têm um potencial enorme de melhorar as políticas públicas. As ferramentas estão disponíveis. Basta saber fazer o melhor uso delas.

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About Author

André Novo

Country Manager, SAS Brasil

Formado em matemática pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e em meteorologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Novo atua há mais de 35 anos no setor de tecnologia, com vasta experiência na área comercial, gerenciando equipes de vendas. Com passagens por grandes empresas do setor, como Unisys e NCR, está no SAS há 13 anos, tendo atuado nos últimos três anos como diretor de vendas para governo e finanças. Desde dezembro de 2021, lidera as operações do SAS Brasil na posição de country manager.Tem grande conhecimento nos mercados da América Latina e Caribe, trabalhando com equipes de vendas locais de distribuidores, identificando oportunidades e propondo soluções específicas para as necessidades do cliente final. Está no SAS há mais de 10 anos e, desde agosto, ao lado de Luiz Riscado, assumiu a frente das operações da empresa.

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